Percorridos |
849 km |
Percurso seleccionado |
756 km |
Horas efectivas de condução |
11h23m |
Total de horas em passeio |
14h27m |
Altitude máxima |
973 m |
Mota |
Yamaha Super Ténéré |
Depois de ter feito a N2 por algumas vezes, principalmente no sentido sul-norte, aceitei o desafio que o amigo Domingos Pinto me lançou de a percorrer novamente, de norte para sul, fazendo a mesma num só dia. Algo que já tinha feito das outras 4 vezes quando recriei alguns lés a lés e, no final do mesmo, regressei pela N2.
A preparação foi muito simples pois foi só o Domingos dizer quando podia que eu estaria pronto. Siiiiiiiga.
O nosso ponto de encontro no dia 01.05.2019 foi na MOTOCAR, do nosso amigo José Pedro Carvalho, donde seguimos pela auto-estrada até Chaves.
Chegados por volta das 07h50m a Chaves, tal como previsto, foi tempo de tirar aquelas fotos da praxe ao marco do km zero e arrancarmos rumo ao nosso destino que ficaria a 739 km de distância.
O dia não poderia ter sido melhor escolhido pois estava solarengo e a temperatura que nos acompanhou foi sempre bastante agradável.
Já fui questionado algumas vezes se ainda não me fartei de fazer esta estrada e tenho respondido sempre da mesma forma, que não que ainda não me cansei porque sempre que a percorro descubro sempre algo de novo e porque percorro uma estrada que à medida que vou avançando na mesma estou constantemente a ser confrontado com paisagens muito diferentes.
O track que tracei da N2 procurei que, desde a primeira vez que a percorri de mota, fosse o mais fiel possível ao track original desta estrada, pelo que saber que estou realmente a percorrer uma estrada idealizada em 1945 dá-me uma satisfação enorme.
Ao longo dos anos esta mítica Nacional 2 tem sofrido várias alterações de denominação ao longo do seu percurso, passando a designar-se por Regional 2 e até mesmo Municipal 2. Pouco importam estas alterações, a estrada está lá na sua essência e isso é que importa.
Julgo que nos próximos tempos, em que o turismo será fortemente abalado por este Vírus com origem na China, seria uma óptima ferramenta para o mundo motard Europeu saber da sua existência.
Um Marketing bem feito e consistente poderia ser um pólo de atracção e desenvolvimento do interior do país no que diz respeito a turismo. Cumpre com requisitos basilares a que vamos ter que nos habituar mas destaco o distanciamento social que naturalmente ocorre por força das circunstâncias.
Não nos esqueçamos que Portugal e os Portugueses têm sido vistos como modelo no combate a esta Pandemia. Porque não aproveitar isso mesmo? A par com o conhecido bom tempo, o de sermos um povo que sabe receber e que possui uma boa oferta hoteleira e gastronómica.
Bem voltando ao passeio com o amigo Domingos. A primeira paragem a sério foi na Régua para reabastecermos quer a mota quer a nós mesmos. Aqui aproveitamos também alguns minutos para esticarmos as pernas enquanto eu mandava um cigarro abaixo depois do café tomado. Voltamos à estrada às 10h00m e tudo corria de acordo com o previsto em termos de horário.
Saliento que a estrada até aqui é sempre bastante agradável de se fazer com dois pontos que, para mim, merecem destaque pelo gozo de condução que proporcionam. Um primeiro que é uns km antes de chegar a Vila Real e o outro fica na descida para a régua. Muita curva para raspar patins. Maravilha.
Claro que a paisagem até aqui é sempre fantástica.
Estávamos então na região do Douro e atravessado rio Douro lá fomos serpenteando com as nossas motas por entre alguns carros e muitos motards que também decidiram neste dia percorrer a N2.
Passamos Lamego e Viseu bem devagarinho mas sem parar. A travessia desta cidade foi feita sem sobressaltos e às 11h45m já estávamos a passar a localidade de Fail e às 13h00m percorríamos a Livraria do Mondego (nome dado a um monumento natural) perto de Penacova. Esta é uma zona que gosto particularmente de passar até porque mais à frente temos Góis que é um marco mítico da comunidade motard e também porque é uma localidade simpática.
Em Góis organizam importantes concentrações motards. Nunca fui a nenhuma porque não faz minimamente o meu género mas conheço quem não perca uma. Talvez esteja enganado sobre este evento! Quem sabe um dia até passo por lá para ver como é.
Passada a localidade de Góis lá fomos nós, estrada abaixo passando por Pedrogão Grande, Sertã, Vila de Rei, Ponte de Sor, etc… sempre de punho enrolado e a cumprir com a sinalética não fosse o diabo tecê-las e, sem o desejar, ficarmos registados na foto.
Por volta das 15h15m estávamos a atravessar Abrantes e aqui, como tinha avisado o meu amigo Domingos, a coisa ia mudar de figura quer o ritmo a imprimir quer pelas boas estradas com boas rectas, curvas e paisagens a condizer.
Às 16h40m paramos mesmo ao lado do marco que indica os 500 km da N2. Aqui ficámos um pouco, aproveitamos para dar duas de letra com uma pessoa que ali se encontrava (estava numa carrinha a apoiar um grupo de ciclistas que estava a percorrer a N2 de bicicleta…cruzes, credo, canhoto. Alguma coisa devem ter feito de mail para estar a cumprir uma promessa destas!) e esticadas as pernas lá voltamos nós a rolar a borracha no alcatrão.
Recordo que nesta altura o Domingos uma vez mostrou alguma apreensão sobre a hora a que chegaríamos ao final da N2. E mais uma vez lhe respondi que por volta das 21h00, no máximo, estaríamos a tirar a selfie da praxe.
Fomos andando, sempre a ritmo certinho, e por volta das 17h00 estávamos a passar a Montemor-o-Novo.
Pelas 17h45m andávamos já em terra de Alcaçovas
Corria mesmo bem e por volta das 19h00 percorríamos a EN para os lados de Aljustrel…
…para por volta das 19h15m estarmos já para lá de Castro Verde
Passada a localidade de Almodôvar fiz sinal ao amigo Domingos que pela frente iriamos ter agora muita curvinha da boa para por os pedais a faiscar. Eram cerca de 19h30m. Assim foi, mudamos o chip, mas sempre cumprindo as normas de trânsito, lá fomos os dois pela estrada fora sempre a curtir.
Claro que na serra do Caldeirão fizemos aquela paragem obrigatória com o pôr do sol. As nossas motas ficam sempre bem na foto
Tal como tinha prometido no início da viagem, eram 21h00 e estávamos os dois com as nossas motos colocadas junto ao marco dos 738 km em Faro para a tal selfie.
Grande Companhia, Viagem excelente e dia formidável. Foi assim que recordo o dia 01.05.2019 na companhia do Domingos e, claro, da minha Super Ténéré.
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