Percorridos |
587 km |
Velocidade Média |
59 Km/h |
Percurso seleccionado |
421 Km |
Horas efectivas de condução |
09h55m |
Total de horas em passeio |
15h13m |
Altitude máxima |
1286 m |
Mota |
Yamaha Super Ténéré |
Tendo já percorrido o nosso país intensamente existem ainda alguns "projectos" de passeio que tenho em carteira, tendo na passada quinta-feira até ontem, sábado, concretizado um deles.
Ligar o Norte ao Sul de Portugal por caminhos, estradas sem designação, estradas camarárias, estradas municipais e derivações de estradas nacionais. Claro que seria impossível concretizar este passeio sem ter que percorrer estradas nacionais porque em alguns casos não existe mesmo outra ligação possível.
Na preparação deste "projecto" escolhi alguns pontos de partida sendo certo que o de chegada seria sempre o mesmo. Acabei por optar pela partida numa das mais bonitas aldeias de Portugal (Tourém), num daquele que é para mim dos mais belos municípios de Portugal (Montalegre).
Escolhidos os pontos de partida e chegada tracei as estradas que me levaram a unir estes dois pontos e, à última da hora, um amigo aceitou o repto e fez-me companhia com a sua máquina. Claro que só poderia ser uma ST First Edition.
Entramos bem cedo em Tourém vindos de Espanha e atravessando a ponte sobre o "Encoro de Salas". Como estas coisas são para mais tarde recordar foi tirada a fotografia da praxe à entrada de Tourém onde temos um marco meio escondido a indicar-nos isso mesmo.
A intenção deste passeio não foi tanto a visita pelas localidades pelas quais passamos, mas mesmo assim elegi algumas que falarei mais adiante.
Pitões das Júnias, Covelães, Sezelhe, São Pedro e Contim passamos ao lado percorrendo as EM513, CM1011 e EM520. A panorâmica que se disfruta nesta última estrada sobre a barragem do Alto Rabagão e as montanhas que a envolvem é divinal.
Realço que esta mesma paisagem quando percorrida no sentido inverso ao que realizámos na quinta-feira tem um impacto bem maior sobre os nossos olhos…mas mesmo assim é tooop, porque também temos o privilégio de ver aqueles dois montes ao qual apelidam de Cornos das Alturas.
Continuando a seguir a EM520 entramos pelas aldeias adentro de Alturas do Barroso e já no final da mesma tomamos a EM519 durante alguns km até chegarmos a Covas de Barroso. Duas aldeias bem típicas desta região, ainda com o seu "modus vivendi" prácticamente inalterado em termos de conceito, muito embora se notem algumas melhorias na qualidade de vida das gentes que lá vivem. Bem o merecem as "gentes" que vivem da terra.
A municipal que se seguiu foi a CM1047 que nos fez passar por Romainho, Muro, Alijó e Penalonga onde cortamos pela EM524, mais uma estrada fantástica a juntar às que já tínhamos percorrido, em direcção à EN312. Pois lá está uma daquelas situações em que tivemos mesmo de pisar uma Nacional, não por muito tempo, para chegar a uma outra Municipal.
A EM518 fez-nos passar por Torneiro e Cunhas sendo toda ela bem simpática para rolar, no entanto, destaco um spot que se situa na praia fluvial do Rio Beça, um pouco antes de chegarmos a Torneiro. Muito bem cuidado e que nos permitiu darmos de duas de letra, fumar uma cigarrada e tirarmos umas fotografias ao local que bem o merece.
Terminada a EM518 viramos pela EN206, passamos a Ponte de Cavez e viramos pela EM517, passando Pé Branco, Agunchos, Ribeira, atravessamos o Rio Loureiro e de novo a pisar uma nacional (EN312) para apanharmos a CM1142. Não sei porquê mas gosto imenso de subir esta camarária. Talvez pela paisagem que tenho sobre o lado esquerdo, com Cerva a ficar lá para baixo à medida que vou subindo, mas também porque sei que o que vem a seguir me vai levar por locais que gosto imenso. O Alvão começa a ficar perto e é daquelas montanhas que impressionam.
Estava mais ou menos na hora de forrar o estômago com alguma coisa pelo que fomos até à "Tasca da Alice" para atacarmos umas alheiras. Que bem que souberam.
De volta à estrada passamos a cascata de Bilhó na CM1200 e viramos um pouco mais à frente pela CM1206, CM1204-1, EM506, CM1206 até atingirmos o Miradouro e Parque de Merendas bem cá em cima na N304.
Esta voltinha bem por zona mais baixa da serra do Alvão, pela CM1206, é soberba. Não me canso de a repetir vezes sem conta. Desta vez faltou passar por Pardelhas (não era possível passar em todo o lado) mas passamos, ainda cá em cima na aldeia do Ermelo (que recomendo a visita), e já em descendente pelas aldeias de Malhada do Iteiro, Paço e Cascata de Campanhó.
Até aqui rolamos com as paisagens soberbas do Parque Nacional do Gerês e do Parque Natural do Alvão. Uma bela companhia.
Entramos agora num outro registo paisagístico, do Marão e do Douro Vinhateiro, não menos impressionante que os dois anteriores mas apenas diferente, sendo que no Douro já temos mais uma paisagem imposta pelo Homem…as vinhas "atacam os nossos olhos com força"!
Depois do famoso Miradouro viramos para Vila Cova e tomamos a CM1211, CM1242 que nos levou por Arrabães, Torgueda, Meneses e Aguilhão que se rola já na CM1347.
A estrada seguinte, que recomendo vivamente, foi a CM1291 que nos levou pela praia fluvial de Fornelos, Fiolhais e em Paradela do Monte seguimos então pela CM1240 (mais outra daquelas que recomendo) até Fronteira. Pelo meio uma paragem num spot incrível com vista sobre a imponente serra do Marão e que dá pelo nome de Miradouro de Justos. Existe um outro que é fica Nossa Senhora do Viso mas que, na minha opinião, não tem o impacto visual do de Justos.
Fica a nota que esta CM1240 seria parte daquela estrada tão falada que se inicia em Monção e termina em Santa Marta de Penaguião, a EN304. Explicando melhor (esta é a minha interpretação, poderei estar enganado) para quem o desejar percorrer. No Miradouro, no cimo da EN304, é possível continuar nesta mesma estrada até à Campeã, mas ao passarmos por baixo da A4 temos que apanhar durante alguns metros a EN15 e depois virar pela CM1242 em Arrabães que a seguimos sempre até chegar à praia fluvial de Fornelos. Depois voltamos a encontrar a EN304 que vai até Santa Marta de Penaguião.
Bem mas voltando ao nosso passeio, em Fronteira seguimos pela EN304-3 até Rio Mau onde passamos para a curvilínea EM603 que nos leva por Formentães, Marão (sim existe mesmo a aldeia que dá o nome à serra), Choqueiros, Barco, Outeiro de Cima, Brunhedo e Fontelas.
Ah, é verdade, aqui e ali acabamos por nos cruzar com muitos motards que estavam a participar no Lés a Lés. Uns parados em algumas tasquinhas para reabastecer outros a rolar. Se o Lés a Lés lhes correr tão bem como nos correu este Norte a Sul podem estar muito satisfeitos.
Em Fontelas apanhamos a EM601 até termos que pisar em mais 4 estradas nacionais, não por muitos km, mas tivemos. Foram elas a EN108, EN15 (mesmo fugazmente), EN222 e a EN313. No entanto pelo meio lá encaixou a subida, às curvas, pela EM543.
Chegados a Valdigem cortamos pela simpática EM542 até Cairrão e aqui chegados tomamos uma estrada top, sem designação, e que nos fez passar por Queimadela, Cortegada onde seguimos pela CM1171 até chegarmos a Salzedas e o seu o imponente Mosteiro mandado construir pela Ordem Cister. Recomendo, sempre que partilho os meus passeios e por aqui passo, a visita a este Mosteiro mas também que percam algum tempo a percorrer os meandros desta vila. Na minha opinião não ficarão desapontados.
O calor apertava e aproveitamos para repor líquidos, dar mais duas de letra, registar o momento em fotografia e mandar uma cigarrada.
Tendo apanhado a EM520 passamos ao lado de Ucanha (com a sua Torre na ponte e linda localidade) e seguimos em direcção a Valdevez e Tarouca.
Mais uma nota para partilhar. Embora não tivéssemos parado recomendo a visita ao Mosteiro de São João de Tarouca, também ele um mosteiro mandado erigir pela Ordem de Cister.
Em Tarouca seguimos pela EM530 tendo passado ao lado de Almofala, Cujó e São Joaninho.
Entretanto de novo a paisagem volta a ficar diferente…seguíamos em direcção a mais uma zona serrana…Serra da Estrela. Ainda estava longe mas já se notava a mudança.
A seguir a São Joaninho cortamos pela esquerda por uma estrada, bem simpática, que nos levou pela Granja, Quinta do Azival até Mões e, aqui, apanhamos a EM565 até a mesma dar lugar à CM 1162, em Moledo, e nos levar atá Póvoa de Calde. Impecável este troço que tínhamos acabado de percorrer com uma descida e subida acentuada.
Uma vez mais somos forçados a pisar a EN2, por cerca de 1 km, para acedermos à CM1319. Atravessamos Paçô, Galifonge, Lustosa, Travanca da Bodiosa e, em Bodiosa, percorremos uma estrada (desconheço a designação ou numeração) que nos levou por Queirela e Lobagueira.
Cada vez mais perto da Serra da Estrela mas ainda muito longe!
Rolamos pela EM600 até Farminhão para, logo após, mais uma estrada de ligação "tomar conta de nós", a EN337. Deixamos esta após atravessarmos o Rio Asnes e virarmos pela EM596 até termos de cortar por mais uma estrada de ligação, a EN231, que nos levou até Santar.
Fica a nota que quer a EM600 quer a EM596 são boas estradas para rolar mas com cautela, pois em algumas curvas somos confrontados com areia o que, convenhamos, não é nada bom para duas rodas.
Em Santar tomamos rumo por uma estrada até Canhas de Senhorim onde paramos de novo para repor líquidos, tomar café e aproveitar para marcar hotel.
A ideia inicial seria ficar em Belmonte…mas dado o adiantado da hora, motivado por paragens a mais para registos fotográficos, resolvemos que o melhor seria procurar qualquer coisa nas redondezas para, no dia seguinte, recomeçar na aldeia do Folgosinho.
Acabamos por ir parar a Sandomil. Um pouco longe do nosso destino para o dia seguinte mas que valeu em apena, pois passamos por estradas e localidades que não estavam no meu horizonte passar tão cedo. Refiro-me a passar pelas estradas EM515 e EM514-1 e pelas localidades de Sazes da Beira e Corgas. Repito-me ainda bem que decidimos ir pernoitar em Sandomil.
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