Tal como o jantar o pequeno-almoço foi de Lorde.
Partimos cedinho e foi para mim um dos dois trajectos mais fantásticos deste viagem ao fantástico Reino de Marrocos.
Uma das paragens que fizemos foi a seguir à cidade de Errachidia num brutal Oásis de vários km de extensão. Pois é mais uma vez a minha douta ignorância veio ao de cima. Para mim um oásis era como o conhecia nos “desenhos animados” como sendo um qualquer sítio no meio deserto com umas palmeiras e um lago. Estou a exagerar mas de facto a minha ideia de oásis era bem diferente.
Este local e toda a estrada que se lhe segue, ainda situada na cadeia montanhosa do médio Atlas, oferece-nos paisagens inesquecíveis. Passamos por Aoufous e Arfoud e, nesta cidade, viramos em direcção a Merzouga. Nem imaginava o que se ia passar nos km que iríamos fazer para lá chegar. Sabia que iria ser o meu primeiro contacto com o deserto do Sahara, algo que nunca pensei visitar, mas nunca pensei ter as fortes sensações que iria ter.
Quando entramos nesta estrada, o nosso amigo e guia César Vieira, recomendou-nos cuidado na condução pois por vezes temos bancos de areia que “invadem” a estrada e que nem se dá por eles, podendo causar situações de perda de controlo das nossas motas. Ainda bem que fomos avisados porque de facto não se vêem e quando os vemos já é tarde. Felizmente todos passamos sem problemas e apenas com algum pequeno susto aqui e ali.
A certa altura no horizonte, e ainda bem distante, vislumbro um amarelo incrível. Ora aparecia ora desaparecia. À medida que nos íamos aproximando cada vez era mais intenso o turbilhão de emoções que ia sentindo. Lembro-me que senti este tipo de emoções quando tive um contacto próximo com baleias nos mares dos Açores.
Chegado ao hotel em Merzouga fiquei de frente para uma das portas do deserto do Sahara.
Chegamos na hora certa pois o sol começava a querer ir embora dando um colorido àquelas montanhas de areia indescritível. As fotografias que tirei e os vídeos que fiz não conseguem descrever os momentos vividos. De forma alguma.
Feito o check in, largada a tralha no quarto lá fomos nós montados, agora em 4 patas, até às dunas.
Se a experiência de andar de camelo é engraçada, já o subir uma duna a pé tem pouco de engraçado. É um desafio bem grande, mas compensador porque chegados ao seu cimo e olhando na direcção do deserto, para a sua imensidão, defrontámo-nos com um “mar” de areia lindíssimo. O ondulado, a constante mudança de cor e a areia que esvoaça da crista das dunas, fazem um conjunto quase perfeito do que posso chamar de paisagem perfeita.
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