Ontem não referi que também aqui, no hotel em Merzouga, houve um momento alto quando, com o César Vieira, fomos comprar um carregamento de cervejas ao final da tarde. Souberam pela vida até porque estavam geladinhas. Não é fácil no Reino de Marrocos encontrar bebidas alcoólicas pelo quando chegamos à piscina com uma grade delas “fomos os heróis do dia” para o resto do grupo.
O nascer do sol junto às Dunas é um espectáculo a não perder e ainda por cima num dia em que o céu estava absolutamente limpo.
Tomado o pequeno-almoço foi tempo de meter a tralha nas nossas motas e arrancar em direcção a Dades. Estando já totalmente rendido a este País estava agora expectante sobre a estrada e paisagens que iríamos percorrer pois o César tinha deixado em suspense na noite anterior que seria mais um dia inesquecível.
De facto a estrada e paisagens que nos foram acompanhadas são divinais. Mais uma vez não nos enganou nem um bocadinho o nosso Líder César (Boa Mota Boa Mesa).
Mas pontos altos deste quinto dia de viagem foram sem dúvida a passagem pelas Gorges de Todgha e Dadés ambas situadas no coração da formação montanhosa do alto Atlas e novamente em terras do povo Bérbere.
É incrível como de repente nos defrontamos, vindos do deserto, com oásis coloridos por um verde intenso, reflexo de que existe água em abundância a correr pelas redondezas.
Outro conceito que tinha, erradamente, era que o deserto era um mar de areia a perder de vista com elevadas temperaturas durante o dia e baixas durante a noite. Aprendi nesta viagem, e já com 55 anos quase 56, que o conceito é diferente pois muitas das regiões que já tinha atravessado eram consideradas deserto. Viver para aprender e diminuir o grau da minha douta ignorância.
Voltando a este dia tenho que admitir que a subida na gorge de Dades foi bem engraçada, com aquele encadeado de curvas numa inclinação bem razoável. Chegados ao cimo a paisagem com que nos deparamos, não sendo a melhor para mim que já tinha tido oportunidade de desfrutar nesta viagem, era sem dúvida digna de umas fotos e aquelas que tirei com o grupo ficaram demais.
Quanto a mim vale mais pelo ida até cimo e consequente regresso e descida que propriamente pela paisagem.
O resto do percurso até ao hotel foi sempre com umas nuvens escuras e ameaçadoras de qualquer coisa que não pareciam ser chuva.
Chegados ao hotel o ritual do costume. Retirar as tralhas da mota para levar para o quarto, só que desta vez tivemos mesmo que dar da perna porque as tais nuvens ameaçadoras aproximavam-se a olhos vistos mas agora com uma ventania incrível. Afinal estávamos era na presença de uma “tempestade de areia”. Ei lá, até tive um encontro imediato com uma “tempestade de areia”, mas felizmente que já nos encontrávamos no hotel, caso contrário estou certo que não teria muita piada.
Foi neste dia que a minha Super Ténéré registou 70000 km após cerca de 20 meses de a ter comprado no meu amigo José Pedro carvalho (Motocar).
Também aqui o jantar foi de Lorde. Não para mim porque a tal esquisitice veio ao de cima e jantei apenas pão com alguns enchidos e muita fruta. Mas os meus amigos e companheiros de viagem tiveram muito variedades de comida local por onde se virar.
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