Já tinha tido oportunidade de conduzir uma Tracer de 2018, se não estou em erro, e recordo que na altura, tinha eu a MT 07, não fiquei com lá muito boa impressão da Tracer 700.
Quando vi esta versão da Tracer 7 pela primeira vez, ainda em catálogo, achei que o design da mesma estava muito bem conseguido, mas fiquei com a dúvida se continuaria a ser mais do mesmo em termos dinâmicos. As dúvidas que tinham ficaram dissipadas depois de uns km a rlar com a mesma.
No final do ano passado tomei contacto com a mota na MOTOCAR e o impacto que tive em termos visuais foi bastante positivo. Achei e continuo a achar que esteticamente a mota está mesmo muito bem conseguida.
Hoje a Motocar, a quem agradeço mais uma vez, disponibilizou-me uma Tracer 7 com a cor que, para mim, é a que a mais a favorece (julgo que se chama Phantom Blue).
Não tive muito tempo, mas ainda foram cerca de 120 km. Saí da FERESPE ao final da tarde e andei pelas redondezas a apreciar a mota. Olha e não é que gostei mesmo do raio da mota.
Como caracterizo esta tracer? Não é rebelde como a MT07 e não é uma mota de aventura como a Ténéré, mas é aquela mota para passear calmamente com a nossa cara-metade, sabendo que temos ali aquele motor CP2 sempre que necessitamos dele.
Achei a mesma confortável e, para mim, com a altura adequada. É claro que naquelas estradas em paralelo ou calçada portuguesa já sentimos um certo desconforto.
Consigo imaginar-me a ir até aos Picos de Europa, com pendura, e fazer uma viagem bem agradável, descontraída e chegar ao final da mesma como se nada fosse.
No fundo estamos perante uma mota de entrada na categoria das motas de turismo e com um “Value for Money” muito apetecível. Existe o modelo GT ao qual acrescem umas malas, um para brisas mais elevado (que a julgar pela mota que andei deverá ser algo a ponderar).
Não sei se o volante é maior que o da versão anterior, mas desta vez senti-me melhor encaixado com os braços, já para não falar no banco que o achei bastante confortável permitindo uma postura correcta na mota. Olhando para o “que sobra para a pendura” também me quer parecer que não vá mal sentada.
Andei a “pastar a vaca” todo tempo, bem todo o tempo não foi bem assim porque deu-me aqueles 5 minutos e parou-me o cérebro. A mota deita mesmo muito bem, atrevo-me mesmo a dizer que é incomparavelmente melhor que o modelo anterior (mas esta é a minha opinião).
No que diz respeito à travagem também acho que melhorou consideravelmente. Não sei se mudaram alguma coisa, mas a sensação de insegurança que senti no modelo que conduzi em 2018 não senti neste redesenhado e revisto modelo de 2020.
No que diz respeito às suspensões percebi depois que sofreram uma melhoria e que até possível ajustar as mesmas, na frente e na traseira os ajustes de “rebound” e “Preload” são agora uma possibilidade. Imagino que não sejam o “state of Art” em termos de suspensões … mas é interessante termos estas possibilidades disponíveis para colocarmos a mota mais à nossa forma de condução.
O quadrante também foi outra positiva e agradável surpresa. Sempre com boa leitura mesmo com a luz do sol a incidir, e com uma disposição gráfica de muito fácil leitura/entendimento.
No que diz respeito ao motor notei que nas retomas de aceleração, em baixa rotação, o CP2 deve ter sido “mexido” pois estas retomas fazem-se muito suavemente e sem soluços, muito semelhante ao que me acontece na T700. Tive também oportunidade de andar enfiado no trânsito citadino e o raio da mota parece uma pluma. Mexe-se mesmo muito bem neste ambiente.
Em estrada e quando queremos algo mais do “pequeno” motor CP2 temos aquela agradável surpresa de perceber que ele está mesmo lá. Muita alma disponível na mão direita.
Não tive oportunidade de verificar a iluminação, agora de leds, mas algo que me deixou muito bem impressionado foi, finalmente, a Yamaha ter deixado de usar aqueles horrorosos “lampiões” como piscas e passar a usar uns elegantes piscas de led que se mostram eficazes mesmo de dia e que estão muito bem enquadrados com os deflectores de vento nos punhos.
Mais uma vez as perguntas.
Se ainda tivesse a MT07 trocava por esta nova Tracer 7? Sim, muito francamente acho que trocaria, pois ficava com uma mota que se adequa mais aquilo que faço em termos de passeios.
E entre uma T700 e uma Tracer 7? No meu caso acho que a versatilidade da T7 não tem “preço”. Prefiro evidentemente a T700 mas aqui a oferta neste segmento é enorme noutras marcas. Esta é aliás uma aposta que todas as marcas estão a fazer. As tais motas para o segmento de aventura, que nos permitem viajar confortavelmente, mas quando nos aparece do lado esquerdo ou direito da estrada aquele caminho mais “desafiante” também podemos apontar para ele e seguir no mesmo.
A mota que a MOTOCAR teve a cortesia de me emprestar enquanto a ST estava a levar uns mimos, não vinha equipada com algo imprescindível neste motor. Faltava ali aquele barulhinho dum Akrapovik, no entanto quando levava a mota a rotações mais altas o roncar até que ficava bem interessante.
Neste segmento de “tourer” de entrada a Tracer 7 é uma mota com raça, e francamente não consigo lembrar-me de mais nenhuma marca que possua um modelo equivalente em termos de cilindrada, performance, comportamento dinâmico e preço.
Francamente gostei da Tracer 7 e recomendo a quem está a ponderar adquirir uma mota dentro desta gama de preços que não deixe de a experimentar pois ficará agradável e positivamente surpreendido com a alma que vai encontrar nesta mota.
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