Em 18.04.2019 resolvi com mais dois amigos ir percorrer a primeira etapa do TET Portugal pelo que tinha de ter na ST pneus a condizer. Foi o que fiz. Fui à Motocar calçar uns Michelin Anakee adventure.
Percorridos |
467 km |
Planeados/efectivamente realizados |
~253 Km / 150 km |
Horas efectivas de condução |
07h40m |
Total de horas em passeio |
14h56m |
Altitude máxima |
1460 m |
Mota |
Yamaha Super Ténéré |
Chegado ao afamado dia 19 bem cedo pela manhã lá fui ter com o Ruben Santos e o Jóni Nunes para uma aventura para a qual não fazia a menor ideia do que me esperava. Mas como ninguém se magoou nem tivemos problemas nos nossos mamutes até que acabou por ser divertido.
Numa próxima vez certamente que não irei combinar fazer o TET após umas semanas de chuva intensa e bastante neve nas terras altas.
A ideia seria arrancar de Tourém e terminar em Rio de Onor, só que não contávamos com uma adversária de peso pelo caminho com a qual tivemos que lutar continuamente. Refiro-me à lama que nos acompanhou, de uma forma geral, do início ao fim desta epopeia dificultando e muito o nosso progresso.
Não sendo uma desculpa confesso que a nossa arma para vencer esta adversária lama não seria a mais apropriada. Três Maxi Trails !!!
As condições meteorológicas até estiveram do nosso lado, apenas com uns quantos chuviscos aqui e acolá, mantendo-se a temperatura durante todo o trajecto bastante agradável.
Agora que já fiz o ACT e posso comparar, julgo que o TET, mesmo com bom tempo, é um desafio bem maior a julgar pelos caminhos pelos quais andamos.
Saliento que detesto andar em lama. Não é mesmo a minha praia.
Saindo de Portugal pela fronteira de Lindoso entramos em Tourem vindos de Espanha. Eram mais ou menos 10h45m quando entramos troço adentro.
Na imagem abaixo o percurso realizado … ficamos mais ou menos meio do que nos propusemos fazer.
Esta primeira secção levou-nos por caminhos bem interessantes, de baixa dificuldade e com boa paisagem sempre a acompanhar.
A certa altura chegamos a um obstáculo, para mim complicado pois tinha muita pedra e lama à mistura, olhei para aquilo e disse para mim mesmo, tentas passar e vais ao chão…é certinho. Felizmente a destreza do meu amigo Ruben Santos nestes ambientes veio ao de cima. Pegou na minha ST e ultrapassou aquele “enorme” obstáculo, para mim, como se nada fosse. A um ano de distância, mas mais uma vez, obrigado Ruben Santos.
Vencido o “dito” obstáculo lá prosseguimos viagem com mais momentos altos como o da espera que uma manada de vacas e bois nos deixasse avançar no troço. Eu acho que a manada até ficou confusa ao ver 3 tipos enfiados em 3 mamutes naqueles terrenos.
Lá continuamos por caminhos ora mais fáceis ora mais complicados, estes últimos quando passavamos corta fogos no sentido ascendente ou descendente. São tramados. Muito irregulares e, naquela altura, com muita lama. Para mim foi um desafio enorme e sempre que terminava a passagem de um não cabia em mim de contente.
A seguir a Padornelos flectimos para norte e alguns km depois entramos em Espanha por caminhos um “bocadinho” para o complicado pois a lama era mesmo muito tornando a nossa progressão lenta.
O relógio não parava e ditava a sua hora 13h30m. E nós sem termos encontrado um sítio que fosse para comer qualquer coisita e tomar um café. Confesso que por esta altura a fome e sede apertavam.
Entrados novamente em Portugal dirigimo-nos a Santo André onde deu para comer e beber qualquer coisa, mas acima de tudo tomar aquele café no final e fumar o cigarro descansadamente. Pensava eu que o pior tinha passado.
Pois bem lá montamos novamente nos nossos mamutes e lá fomos em direcção a Vilar de Perdizes, soutelinho da Raia e a partir daqui deparamo-nos novamente com a nossa adversária lama que, mais uma vez, nos deu uma luta incrível.
Até Vilarinho da Raia foi um verdadeiro calvário. Locais houve onde eu já nem percebia se estava a atravessar um ribeiro com água castanha, se a passar um lamaçal, se sei lá bem o quê! Mas a minha vontade naquela altura era mesmo chegar ao fim porque já se fazia tarde. Confesso que já estava a ficar possuído.
Volta e meia ouvíamos e víamos distantemente 3 motards que andariam a fazer o mesmo que nós, o que se veio a verificar mais tarde que estava correcto o nosso juízo.
Perto de Vilarinho da Raia acabamos por nos cruzar com aquele grupo de 3 motards, também eles da região do Porto, e com os quais tivemos a sorte de partilhar um café no meio do nada. Sim um deles, Homem previdente, trazia uma máquina de café. Que maravilha e que momento tão bom. Estar no meio do nada, com boa paisagem e, sem contar, estar a tomar um café não é para todos.
Este grupo trazia cabras do monte e muito admirados ficaram pela nossa coragem em virmos de mamute fazer este percurso e ainda por cima com a dificuldade em que se encontrava o terreno. Ainda deu para nos rirmos bastante.
Tomado o café, com muita troca de experiências deste dia à mistura, os 3 lá partiram nas suas cabras pois ainda tinham muito caminho pela frente. Este grupo iria percorrer o TET até mais ou menos o centro de Portugal. Não fiquei com os contactos deles, o que foi pena, pelo que não sei como lhes correu o resto da epopeia.
Nós ficamos por aqui, como já disse, a meio do que nos tinhamos proposto inicialmente, regressando pela auto estrada. Os primeiros km foram bonitos de se ver pois as nossas três motas deixaram um rasto de lama inacreditável.
No regresso dei comigo a pensar várias vezes qual a razão, tendo eu uma Honda CRF 250 Rally, que me levou a vir Super Ténéré fazer o TET.
Mais uma vez obrigado Ruben Santos e Joni Nunes por este dia bem passado.
Também agradeço a paciência do amigo José Pedro Carvalho (Motocar – Yamaha Motos) que esperou por mim até bem tarde para que lhe pudesse contar, em primeira mão, a experiência fantástica que tinha acabado de viver.
Mas também passeio que é passeio tem sempre que terminar na Motocar – Yamaha Motos
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