Percorridos |
212 km |
Horas efectivas de condução |
04h17m |
Total de horas em passeio |
05h37m |
Altitude máxima |
280 m |
Mota |
Yamaha Super Ténéré |
Depois de uma viagem até à Noruega e de uma outra, quase logo a seguir, pelos Pirinéus Espanhóis e Franceses foram quase 3 semanas sem pegar numa mota para voltar a dar um giro. Uiiiiii…muito tempo.
Pois hoje lá foi o dia de voltar a percorrer o nosso jardim à beira-mar plantado e ir até alguns faróis, fortes e moínhos desde Moledo até Leça da Palmeira.
Como gosto saí de casa bem cedinho mas já com luz. Apontei a ST à A28 e lá fomos nós com o nevoeiro a fazer-nos companhia durante todo o trajecto. Ou não estivéssemos em Agosto e no litoral Minhoto!
Quando planeei este trajecto sabia que não iria ser um daqueles passeios em que as estradas e as paisagens seriam arrebatadoras. No entanto, o tema faróis e fortes da Costa Portuguesa são por si só mais do que um bom motivo para agarrar na ST e colocar as borrachas contra o alcatrão.
Primeiro ponto de paragem foi Moledo. Já não ia a esta terra faz mais de 20 anos e, para mim, foi uma surpresa. Moledo está “virado do avesso” e mais admirado fiquei com a praia, ou melhor, com o que resta dela uma vez que as recordações que tenho são de um areal imenso e não aquela nesga de areia para chegar ao mar.
O forte da Ínsua de Moledo (fotos acima) nem sempre teve esta configuração. Inicialmente era um local de culto cristão, tendo mesmo tido um convento Franciscano. Com o avançar dos anos foi também sendo usado como fortificação mas será já no séc. XVII que a fortificação ganha a configuração actual.
Nunca visitei esta fortificação mas já li em tempos que será alvo de investimento por parte dum grupo hoteleiro…talvez seja uma boa oportunidade o conhecer.
O ponto de paragem que se seguiu foi em Vila Praia de Âncora bem em frente ao forte da Lagarteira.
O Forte da Lagarteira ou, como também é conhecido, Forte de Vila Praia de Âncora foi concebido para ser um edifício com características defensivas contras as investidas da Armada de “Nuestros Hermanos”. O início da sua construção teve lugar nos finais do Séc. XVII.
Também aqui fiquei abismado com a transformação que Vila Praia de Âncora sofreu. Nem parece aquele local pacato onde ia almoçar e jantar bom e sempre peixe fresco. Incrível. E eram 09h00m da manhã. Posso imaginar a confusão que será umas horas mais tarde e com bom tempo.
Como o nevoeiro começou a deixar de ser a nossa companhia aproveitei esta paragem para tirar o forro do casaco. Já estava mesmo a ser desconfortável.
Momento capturado em foto e lá arrancamos em direcção ao nosso próximo destino na Gelfa para visitar o Forte do Cão
Mais uma edificação com vista a proteger o nosso território de incursões Castelhanas. A sua construção teve início nos finais do Séc. XVI.
Uma pena ao triste abandono a que este monumento está votado. Até fizeram um passadiço que passa bem em frente ao mesmo, mas fazer algo deste forte se calhar não dá votos!
Agora que estão na moda baloiços, pontes pedonais e passadiços não seria tempo de fazer algo mais? Ir um bocadinho mais longe? Acho que seria muito interessante investir numa ligação entre estas fortificações e chegados às mesmas termos a possibilidade de as visitar e conhecer o seu contributo para aquilo que somos hoje como nação. No fundo seria apenas dar-lhes a dignidade que estes monumentos merecem. Ah, e já agora, o spot onde este forte se encontra é top. Vale apena a visita.
No meio de alguma tristeza lá fomos em direcção ao próximo destino. O Farol de Montedor.
Infelizmente só agora me apercebi que falhei a passagem pelo forte de Montedor. Grrrrrrrrrrrr. Estava marcado no meu trajecto mas devo ter feito alguma coisa que me fez passar o mesmo à frente e nem sequer me lembrei que o tinha marcado. Como digo. Grrrrrrrrrrrr.
Para quem gosta de faróis este um belo exemplar…pelo menos para mim. Embora não esteja situado naqueles sítios incríveis que dão fotografias igualmente incríveis, todo o edifício que o circunda tem uma arquitectura bem interessante.
Quando estava a preparar este passeio e a pesquisar sobre os meus pontos de paragem li que este farol teve um custo de construção orçado em vinte e dois contos de reis. Xiiiiiiiiiiiiiiiiii. Que caro. Tendo iniciado a sua construção em 1902 e terminado em 1910. Huuuum 8 anos? Estou a ver que já é um problema cultural esta coisa das obras de Santa Engrácia.
A potência deste farol era tanta ou tão pouca que a dada altura foi decidido reduzir os “relâmpagos” de 3 para 2 para não ser confundido com o farol de Leça da Palmeira. Bolas estão distantes um do outro cerca de 80 km !!!!
Decidi inventar um pouco e, à revelia das instruções do GPS, fui até ao próximo ponto de paragem. O forte da Areosa.
Mais um exemplo de como o nosso património está votado ao esquecimento. Passadiços sabem fazer mas depois dar utilidade aos monumentos é só assobiar para o lado.
Este Forte da Areosa ou, como também é conhecido, Forte da Vinha vem na linha defensiva dos anteriores acima mencionados. Terá sido concluído nos primeiros anos do Séc. XVIII que esta fortificação ficou concluída.
Daqui podemos avistar lá no alto o Monte de Santa Luzia e o imponente Santuário do Sagrado Coração de Jesus.
Por acaso tinha planeado passar por lá, mas como estava um dia muito “farruscado” decidi não o fazer, porque não iria ter a panorâmica que é possível ter em dias limpos.
Check feito na lista e siga para a frente que é caminho. Próximo destino – Esposende.
Passada a ponte Eiffel de Viana do Castelo e continuando pela EN13 (já nossa companhia por várias vezes) cortamos logo a seguir pela EN13-3 passando por Castelo de Neiva.
De volta à EN13 a ST e eu seguimos pela mesma até Avenida de Banhos e, mais à frente, pela Rua do Farol.
Este farol está, pelo que percebi, abandonado e/ou esquecido, mas à sua volta dá para perceber que teria a sua importância dada a quantidade de edificações que o envolvem. E porque não se aproveitam estes edifícios? É que se prestavam mesmo para algo fantástico…acho eu.
Passado este momento de indignação e metida uma bucha pela goela abaixo pois a fome já apertava, lá fomos até aos moinhos da Apúlia…mas antes, e como não poderia deixar de ser, passamos pela “Clarinha” bem no centro de Fão, para levar uns quantos destes exemplares para a família
Chegar à Apúlia até que foi fácil mas chegar aos moinhos foi obra desenganada. Uma quantidade de sentidos obrigatórios mudados e a não bater com o meu GPS fez-nos andar por ali às voltas.
Pena que os moinhos não tenham as velas de pano que os caracterizam. Estou convencido que daria uma outra imagem bem mais marcante a este local. O plano elevado em que se encontram, no cimo das dunas, dariam uma bela imagem.
Pareceu-me que todos eles são hoje habitações .. eventualmente de férias.
Estava a chegar ao fim a jornada para hoje e o próximo e último ponto de paragem seria o imponente farol de Leça da Palmeira.
É mesmo “Big” com uma torre de 46 metros de altura e 3.5 metros de diâmetro.
Bem perto uma temos a Capela da Boa Nova e a contrastar, pela sua arquitectura, a casa de chá da Boa Nova.
Uma manhã bem passada aos comandos da minha ST…irá continuar esta saga de faróis e fortes, mas amanhã irei até um dos meus jardins na companhia de alguns amigos.
[zombify_post]