Percorridos |
460 km |
Percurso seleccionado |
— |
Horas efectivas de condução |
06h53m |
Total de horas em passeio |
09h44m |
Altitude máxima |
1194 m |
Mota |
Yamaha Super Ténéré |
Saída de Cáceres com destino a Ronda por volta das 09h00m. Embora fossem menos km a percorrer que nos dias anteriores sabia que iriamos ter pela frente muito boa estrada e paisagem que nos iriam obrigar a muita paragem.
Mais uma vez até Sevilha um tédio, mas depois de apontarmos as motas em direcção à serra de Grazalema começou verdadeiramente o dia. E que dia de passeio.
O Parque Natural da serra de Grazalema é algo inesquecível e imperdível. Certamente que repetirei este trajecto mas nessa altura com mais calma para poder saborear ainda mais as magníficas paisagens com que somos brindados durante todos este percurso. Certamente que essa visita não será em Agosto para evitar apanhar o calor intenso que apanhamos.
As estradas são de montanha com subidas e descidas bem acentuadas, curvas para todos os gostos, mas que requerem a nossa atenção pois para além trânsito, de turistas como nós, o piso é escorregadio e parece até vidrado.
A entrada nesta serra fez-se por Zahara de la Sierra e aqui entramos na CA-9104 que nos levou até encontrarmos a A-372. Esta localidade fica situada na encosta de um morro criando uma mancha branca sobre a mesma originando um contraste interessante. Lá no alto vemos vestígios do que foi uma fortificação.
Ao serpentearmos esta CA-9104 são vários os pontos onde o embalse de Zahara se cruza com o nosso olhar. É certo que é uma represa, que não é um lago natural, mas se nos abstrairmos desse facto a “pintura” até que é bastante agradável.
Tal como tinha previsto foram várias as vezes que paramos para podermos apreciar a paisagem que nos rodeava. Certamente que falhamos alguns spots bem interessantes porque as nossas paragens eram escolhidas também pelas sombras. Dois que não falhamos foram o Mirador Puerto de los Acebuches e o Puerto de las Palomas. De facto quem os seleccionou teve bom gosto. Ambos a permitir ter um olhar sobre o embalse e sobre Zahara de la Sierra como pano de fundo.
Saliento aquele troço desta CA-9104, alguns km antes de chegar ao mirador de Puerto de Las Palomas pelo ziguezagueado, sempre a subir, onde cá em baixo conseguimos olhar para cima e ver por onde iremos passar. São precisamente este tipo de estradas que aprecio bastante, quando estou num determinado ponto e consigo alcançar com o olhar para onde irei, seja lá para cima ou lá para baixo.
Já na A-372 e à Vila que dá o nome a este parque, Grazalema, apontamos as motas para a CA-9123, passando desta forma para o outro lado da serra. Deparamo-nos com uma paisagem um pouco diferente, mais seca, mas também interessante ao nosso olhar. São alguns km sem vivalma, ou melhor, sem atravessarmos povoações sendo a única excepção Gaidovar.
Chegados ao final desta CA-9123 vemos de novo o Embalse de la Zahara sobre a nossa esquerda. Estávamos então no lado oposto por ode tínhamos entrado neste parque deixando para trás uns km de condução fabulosos.
O nosso destino, Ronda, já não estava longe. No entanto, enquanto planeava este passeio achei que seria uma perda não passar por Setenil de las Bodegas, pelo que as estradas que se seguiram foram MA-8407 e CA-4223. Claro que chegados a esta vila a paragem foi obrigatória, muito embora não tivéssemos entrado naquela rua com as rochas a cobrir a mesma. Tempos de COVID e o acesso era muito condicionado. Tiradas a fotos da praxe seguimos pela CA-9122, MA-7403, MA-428, A-6300 para apanharmos a A-374 que nos levou até à lindíssima cidade de Ronda.
O raio do vírus Chinês até que foi um ponto positivo, para nós claro, porque para o turismo da cidade estava a ser uma desgraça total. Pudemos andar a deambular por Ronda sem os atropelos usuais de turistas. Até parecia que a cidade era só para nós.
Nunca tinha visitado Ronda, assim como o João também não, mas ficamos rendidos. Cidade muito bonita, bem arranjada, com bons restaurantes e hóteis. A ponte pode ser o seu Ex-libris mas tem muitos outros monumentos que valem a sua visita. Tive pena de não ter sido possível visitar a praça de touros, mas em contrapartida pudemos ir até ao portão de Almocabar, jantar na praça do Socorro, visitar os jardins da casa del Rey Moro, etc…
O hotel onde ficamos era óptimo e estreamos uma nova ala do mesmo (Hotel Don Miguel). Fomos tratados como Lordes.
Amanhã partimos em direcção a Sierra Nevada para visitarmos algumas Pueblas Blancas e terminaremos em “Hollywood”.
Por último, resta lembrar as inúmeras vezes que fomos abordados pela polícia por estarmos a tirar fotos junto aos mecos que marcam os km desta Ruta de la Plata. Era impressionante, pois pareciam que caiam do espaço. Se das primeiras duas ou três vezes não tivemos a preocupação de ver se haveria polícia, até porque não sabíamos que eles “chateavam” os motociclistas, das outras vezes já olhávamos se haveria a remota possibilidade de aparecer um carro patrulha. Inacreditavelmente, e vindos sabemos nós lá de onde, apareciam sempre.
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