Percorridos |
383 km |
Percurso seleccionado |
~211 Km |
Horas efectivas de condução |
06H31m |
Total de horas em passeio |
10H41m |
Altitude máxima |
1260 m |
Mota |
Yamaha Super Ténéré |
N207 Aldeia Nova a Póvoa de Lanhoso (próximo)
Estrada sem qualquer tipo de nota destaque a assinalar, apesar de aqui e ali ter algum serpenteado que requer alguma atenção. Imagino que durante um dia de semana de trabalho seja um verdadeiro inferno circular nesta estrada porque atravessa algumas localidades bastante industrializadas.
Para a percorrer na íntegra passamos por Paços de Ferreira, Lousada, Felgueiras, Fafe e terminámos em Ralde já bem perto de Póvoa de Lanhoso.
Desta vez consegui encontrar o marco que regista o final desta estrada.
R311-1, M520, CM1035, M519, CM1047, M524, CM1050, M530, M529, CM1037, CM1008, CM1004, M525, CM1021, CM1361, M103-4, CM1397, M623
Por várias vezes estive para planear um passeio por esta Serra do Barroso, mas ora porque os meus destinos eram pontes e mosteiros Românicos e Medievais, ora porque seriam rios e cascatas ou, mais recentemente, porque ando a percorrer estradas Nacionais, o que é certo é que nunca lá tinha ido.
Na terça-feira passada resolvi pegar no carro e ir fazer um piquenique com a minha esposa sendo o destino um qualquer local que fosse agradável perto de Boticas. Aproveitei para percorrer a N311 e mostrar-lhe qual razão lhe digo que esta é uma das mais bonitas estradas de Portugal.
Na N311, quem circula na direcção de Boticas e um pouco antes de chegarmos a Cerdedo, aparece-nos a tal indicação sobre a nossa esquerda de Parque Eólico da Serra do Barroso. Lá fomos nós e daí só saímos quando já tínhamos percorrido uma boa área. Grande dia e que excelente piquenique.
Chegado a casa, e com as notas que fui tomando, dei início ao processo de planeamento de um percurso para o dia seguinte, mas para o percorrer de mota. Acrescentei vários outros pontos pelos quais não tinha passado e ainda bem que o fiz.
No planeamento do trajecto procurei sempre percorrer estradas Municipais e Camarárias, desde o seu início até ao seu final, conciliando com a passagem pelo interior das aldeias que por esta serra “abundam”.
Depois de pronto o percurso lancei o desafio ao grupo Zés a Lés tendo respondido à chamada o João Araújo e o João Lima.
Acho que não os defraudei quando lhes disse que este seria talvez um dos mais bonitos passeios que iriam fazer em Portugal. Bem pelo menos para mim foi certamente e será a par com a Serra da Freita, a Serra da Arada, a Serra do Arestal e a Serra de São Macário, o meu destino muitas vezes de futuro e quando não tiver nada de concreto planeado.
Entrados na Serra e logo na primeira paragem, percorridos que estavam apenas alguns km, deu para perceber que os meus amigos já estavam siderados com o que estavam a ver. Disse-lhes eu então que daqui para a frente iria ser sempre a melhorar.
São várias as aldeias pelas quais passamos e todas merecem a visita ou, pelo menos, uma passagem pelo seu interior bem devagar. Posso partilhar algumas que me chamaram mais a atenção mas não invalida de forma alguma que as outras não sejam também destino: Alturas do Barroso, Vilarinho Seco, Bostofrio, Covas do Barroso, Penalonga, Canedo, Fiães do Tâmega, Mosteirão, Carreira da Lebre, Beça, Cervos, Antigo de Serraquinhos, Sarraquinhos, Morgade, Vilarinho da Mó, e Atilhó. Como digo, apenas referencio algumas mas as outras pelas quais passamos valem também a sua passagem e/ou visita.
Uma nota constante nesta serra é o Xisto e o Granito que nos acompanha durante todo este passeio, a par com o gado bovino, ovino e caprino e uma vegetação quase isenta de árvores não autóctones. Bem pelo menos o “famigerado” eucalipto é coisa muita rara para estas bandas. Reconheço e até compreendo que esta árvore seja o meio de subsistência de algumas famílias, mas que uma paisagem repleta de eucaliptos fica feia isso fica…pelo menos para o meu conceito de paisagem agradável ao olhar.
O almoço foi em Boticas. Um delicioso e suculento Hamburger de carne Barrosã no restaurante Taberna Barrosã qual recomendo vivamente para quem deseje uma refeição ligeira, num spot agradável e muito limpo e bem cuidado.
Repostas as energias lá voltamos à estrada, saindo agora da Serra do Barroco e em direcção à barragem do Alto Rabagão, seguindo depois pela N103 e antes de chegar a Codeçoso virar em direcção a Paio Afonso, Pereira, Sanguinhedo, barragem da Venda Nova, Paredinha, Frades, Pincães e Fafião. Aqui chegados, e por minha causa que senti uma enorme indisposição súbita, disse ao João Araújo e João Lima que iria regressar mas que eles continuassem. Resolveram também vir embora comigo.
Atalhamos pela Barragem de Salamonde para a apanhar a N103 e numa curva, na freguesia de Penedo, deito todo o excelente dia a perder com uma queda de mota numa curva com a frente a fugir e eu nem sequer ter tido tempo de reacção. Resultado um dia fantástico que estraguei aos meus amigos, um tornozelo direito fracturado, tarcícola radial com uma ligeira fissura e o corpo todo espalmado. Valeu-me o facto de ser um obcecado em andar sempre bem equipado da cabeça aos pés e mãos, caso contrário a coisa poderia ter sido bem pior. Bota da Forma direita destruída (pois fui arrastado pela mota com o pé debaixo da mesma), casaco da Alpine Stars destruído, Calças de ganga da Macna (com protecção de joelhos e forro resistente a “raspadelas”) destruídas e luvas Alpine Stars bem raspadinhas.
Como digo não fosse o ser bastante cuidadoso no equipamento que uso sempre que ando de mota e este acidente estúpido poderia ter sido bem pior.
Digo estúpido porque sendo eu um obcecado com o estado dos pneus fui passear desta vez com os mesmos já num estado avançado de degradação, pelo menos para o meu gosto. Aliás no dia anterior e depois do passeio de carro com a minha esposa, fui ainda ver se tinham chegado os pneus que tinha encomendado (Metzeler Karoo III). Não tinham chegado, tenho a T700 com pneus novos, mas mesmo assim resolvi meter-me a caminho com a ST. Burrice e da grossa.
Já de manhã quando, depois de fazer a N207, seguia pela N103 para ir ter com os meus amigos de passeio senti por duas vezes um comportamento estranho na frente ao inserir-me em curva por duas vezes. Aliás da segunda vez até tive que colocar o pé no chão para conseguir “segurar” a mota.
Partilho este momento para que de alguma forma sirva de aviso e/ou alerta:
– Pelos sinais que a coisa pode correr mal quando achamos que os nossos pneus já estão a entregar a alma ao criador e, mesmo assim, insistimos em andar com eles. Quem diz os pneus diz um outro qualquer componente mecânico ou electrónico.
– Para a importância vital que tem o uso de capacete, roupa, luvas e calçado apropriada para andarmos de mota
Agora vão ser dois meses a babar-me sentadinho em frente ao computador a ver os outros a contar os seus passeios e, como tempo é coisa que não me vai faltar, começar a planear os percursos que tenho em mente para realizar e que, neste ano de 2020 (que é para esquecer por todas as razões e mais algumas) serão quase todos apenas por solo Português.
Boas Curvas a Todos e não se esqueçam NUNCA de levar sempre vestuário, calçado, capacete e luvas adequados para andar de mota. Foi o que me valeu pois poderia estar agora em muito pior estado.
Não posso deixar passar este momento sem agradecer aos amigos João Araújo e João Lima naquele momento "apertado" mas também ao José Pedro Carvalho e à Motocar – Yamaha Motos para, naquele feriado de 10 de Junho, ir abrir a porta de oficina para receber o reboque que transportava a minha ST.
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