Estradas Nacionais N203 e N301

Em 02.02.2020 na companhia do Emanuel Silva, João Araújo e o Hélder Martins lá fomos percorrer mais algumas estradas de Portugal.

São alvo de notícia, até Internacional, as estradas N222 e N304, no entanto existem muitas outras esquecidas e que não lhes ficam nada a dever, bem pelo contrário. Hoje percorri mais duas que ilustram bem o que acabo de dizer. Hoje foram então:

1ª Parte – N203 Darque, Ponte de Lima, Ponte da Barca, Cidadelhe

Desde o início até ao final desta estrada que temos como parceiro de viagem o Rio Lima onde, em alguns pontos, umas paragens para contemplar a paisagem e o rio em si mesmo são obrigatórias.

Ao atravessarmos a zona de Darque até Ponte de Lima somos “brindados com uma boa estrada enquanto os nossos olhos se cruzam com belíssimas casas antigas sendo algumas delas Solares (https://pt.wikipedia.org/wiki/Solar_(habita%C3%A7%C3%A3o). Pena que algumas estejam em estado avançado de degradação, mas outras bem pelo contrário.

Muito embora existam duas paragens obrigatórias, sendo uma em Ponte de Lima e a outra em Ponte da Barca, dada a escassez de tempo optamos por apenas parar na primeira para tomarmos um café e aproveitar para as habituais fotos da praxe. 

Já em Ponte da Barca, embora sem parar, fizemos um “sight seeing tour” pela vila mas, como digo, quem nunca visitou Ponte da Barca vale bem apena uma paragem por algumas horas para visitar a mesma…o mesmo se diga de Ponte de Lima recheada de história e com um conjunto de monumentos medievais e românicos bem conservados.

Tempo ainda para visitarmos, um pouco antes de Lindoso, em Parada, um conjunto de Espigueiros ou canastros bem conservados. É óbvio que Lindoso é Lindoso…mas não é apenas aqui que podemos ver estes exemplares tão típicos desta região. Para além disso os cerca de 500 metros que se fazem de desvio da EN203 levam-nos bem pelo interior da aldeia de Parada numa subida por entre o casario que é bastante interessante e desafiante se o piso estiver escorregadio como foi o caso.

2ª Parte – Ligação entre a N203 e a N301

Foram percorridas as estradas M530, N202-3, M1138 e N202 que nos levaram até à fronteira com Espanha. Saliento que nenhuma destas estradas foi percorrida em toda a sua extensão. Apenas porções das mesmas, pois o objectivo era alcançarmos o início da EN301.

Esta ligação levou-nos por estradas quase sempre a subir, por entre curvas e contra-curvas, com uma paisagem magnífica para onde quer que olhássemos. Nesta altura do ano, em Fevereiro, é mais difícil cruzarmos com a vida animal, mas passar por aqui na Primavera e Verão muito facilmente nos cruzamos com um bezerro ou uma cabra…todo o cuidado é pouco.

Recomendo vivamente este troço. É verdadeiramente um apelo a alguns dos nossos sentidos e percorrer o mesmo com a neve a cobrir as montanhas que nos rodeiam é simplesmente sublime. Não foi o caso desta vez pois o dia esteve encoberto, aqui e ali, com ameaças de chuva.

Já agora aproveito para lembrar que Castro Laboreiro está por perto e, em vez de apontarmos a mota para a EM1138, viramos à direita para a N202-3 e vamos para aquela que é, para mim, uma das zonas mais bonitas de Portugal. Visitar as Brandas, Inverneiras, Pontes Românicas, riachos, moínhos são momentos inesquecíveis e que ficam bem em qualquer fotografia ou vídeo. Mais uma vez me repito, não tivemos a oportunidade de meter as nossas motas para estes lados dada a escassez de tempo para o trajecto que tínhamos planeado

3ª Parte – N301 S. Gregório (fronteira com Espanha), Melgaço, Sistelo, Extremo, Paredes de Coura, Caminha

Esta é também uma daquelas estradas que vale bem apena o tempo que passamos a percorrê-la. O seu início é na fronteira com Espanha e leva-nos até Caminha.

A EN301, pelo que me é dado a perceber, nunca foi totalmente concluída pois em Melgaço “desaparece” e temos de improvisar para a voltar a apanhar na vila de Extremo.

Ao planear este percurso, como já por aqui andei várias vezes, optei por vir pela EN301 até Barbeita e aqui cortar para a EN304 até Sistelo onde se apanha então a EN202-2 até a localidade de Costa e viramos à direita para a EM505-4 e EN101 até Extremo.

Seleccionei este conjunto de estradas porque são, na minha opinião, bem agradáveis quer do ponto de vista de condução quer de paisagem.

Voltando então a apanhar a EN301 entramos numa daquelas estradas brutais pelo prazer que nos proporcionam. Mas é a partir da aldeia de São Martinho de Coura que o esplendor desta estrada se começa a revelar mais intenso. Em vários pontos quase que entramos pelo Rio Coura dentro…pelo menos os nossos olhos assim nos levam. Se não temos disciplina estamos constantemente a parar para podermos apreciar os vários “spots” pelos quais vamos passando. A escolha até se torna difícil.

Chegados a Caminha tempo para uma paragem, tempo para trocarmos opiniões sobre a manhã e tempo para um café e uma cigarrada na praça central de Vila antes de regressarmos a nossas casas.

Para mim foi um passeio agradável com os meus amigos e, como previsto, chegamos a Caminha às 13h30m após percorrermos 235 km do track planeado ao qual terei que acrescentar a ida para o início, em Darque, e o regresso de Caminha para casa. Isto é, 385 km no total.

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